segunda-feira, 13 de maio de 2013

Uma Noite Francesa em São Paulo

      
      Nessa quinta-feira, dia 16 de maio, às 20 horas, vai acontecer uma noite especial no bar Mundo Mundano. Uma ambientação francesa com gastronomia desse país que fica do outro lado do mediterrâneo, e repertório ao vivo de Edith Piaf, Aznavour, Brel, Charles Trenet, Joe Dassin esperam por nós. A música será comandada pelo pianista Luciano Ruas e pela cantora Yvette Matos. 
      Mundo Mundano e curadoria de Arus Nozze estarão, nessa quinta-feira, resgatando o romantismo perdido para eu me sentir num cabaret parisiense. Um lugar digno de receber um Balzac, boêmio, glutão e que certamente faria desse Planeta Mundano sua própria casa em São Paulo, pois o Mundo Mundano é acima de tudo uma confraria literária que hoje, sem perder suas raízes nas letras, se transformou num bar com uma proposta cultural. 


terça-feira, 7 de maio de 2013

Paris, l'éternel berceau des illusions

      Há dois anos, li "Ilusões Perdidas" de Balzac. Testemunhei, ao longo das setecentas páginas, a luta de Lucien de Rubempré para vencer como um escritor na Paris do século XIX. Os salões dos intelectuais, as livrarias, as atrizes de teatro, as amantes, as carruagens, os alfaiates.
      Um século depois, Charles Aznavour, na canção Je me voyais dejà, realiza o mesmo percurso de Lucien, abandonando a província para ter êxito na capital do mundo.
     O que os protagonistas de Balzac e Aznavour possuem em comum? O devaneio, o desejo, a loucura de arriscar. O que encontram pelo caminho? As pobres refeições, os decadentes pensionatos, as mulheres temporárias, os cachês arruinados, a frustração. Seduzidos pela sociedade do espetáculo, ambos esqueceram o conselho de Sêneca de que "a gente só é feliz quando não cria expectativas."
      Como superam as derrotas da cidade grande? Com uma exagerada autoconfiança. Um lutando com sua pena até o fim, enquanto o outro com a sua voz. Conseguiram reconhecimento ainda em vida. Aznavour segue cantando com todo o seu vigor aos 89 anos, enquanto que Balzac, mesmo chegando ao fim da vida falido pela compra compulsiva de obras de arte, teve seu velório cheio de gente, representando tout le peuple de la Comédie Humaine.






Je m'voyais déjà Charles Aznavour

A dix-huit ans j´ai quitté ma province
Bien décidé à empoigner la vie
Le cœur léger et le bagage mince
J´étais certain de conquérir Paris
Chez le tailleur le plus chic j´ai fait faire
Ce complet bleu qu´était du dernier cri
Les photos, les chansons et les orchestrations
Ont eu raison de mes économies
Je m´voyais déjà en haut de l´affiche
En dix fois plus gros que n´importe qui mon nom s´étalait
Je m´voyais déjà adulé et riche
Signant mes photos aux admirateurs qui se bousculaient
J´étais le plus grand des grands fantaisistes
Faisant un succès si fort que les gens m´acclamaient debout
Je m´voyais déjà cherchant dans ma liste
Celle qui le soir pourrait par faveur se pendre à mon cou
Mes traits ont vieilli, bien sûr, sous mon maquillage
Mais la voix est là, le geste est précis et j´ai du ressort
Mon cœur s´est aigri un peu en prenant de l´âge
Mais j´ai des idées, j´connais mon métier et j´y crois encor
Rien que sous mes pieds de sentir la scène
De voir devant moi le public assis, j´ai le cœur battant
On m´a pas aidé, je n´ai pas eu d´veine
Mais au fond de moi, je suis sur d´avoir du talent
Ce complet bleu, y a trente ans que j´le porte
Et mes chansons ne font rire que moi
J´cours le cachet, j´fais du porte à porte
Pour subsister j´fais n´importe quoi
Je n´ai connu que des succès faciles
Des trains de nuit et des filles à soldats
Les minables cachets, les valises à porter
Les p´tits meublés et les maigres repas
Je m´voyais déjà en photographie
Au bras d´une star l´hiver dans la neige, l´été au soleil
Je m´voyais déjà racontant ma vie
L´air désabusé à des débutants friands de conseils
J´ouvrais calmement les soirs de première
Mille télégrammes de ce Tout-Paris qui nous fait si peur
Et mourant de trac devant ce parterre
Entré sur la scène sous les ovations et les projecteurs
J´ai tout essayé pourtant pour sortir de l´ombre
J´ai chanté l´amour, j´ai fait du comique et d´la fantaisie
Si tout a raté pour moi, si je suis dans l´ombre
Ce n´est pas ma faut´ mais cell´ du public qui n´a rien compris
On ne m´a jamais accordé ma chance
D´autres ont réussi avec un peu de voix mais beaucoup d´argent
Moi j´étais trop pur ou trop en avance
Mais un jour viendra je leur montrerai que j´ai du talent

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mas afinal o que é "chanson" ?

      Chanson é uma palavra usada para designar qualquer canção com letras em francês. A palavra chanson se refere, mais especificamente, ao estilo musical surgido na França no período renascentista, basicamente vocal.


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Piaf ressuscitada no Madeleine

Convido a todos para assistirem ao show da cantora Sônia Andrade acompanhada por Thadeu Romano no acordeon nos dias 10 e 17 de abril no Madeleine Jazz Bar


segunda-feira, 25 de março de 2013

Le Chef de Gare est Amoureux de Jean Ferrat


    Jean Ferrat (1930-2010) foi um compositor, cantor e poeta francês que, em 1979, compôs a música Le Chef de Gare est Amoureux. Esta música foi feita para os guardas da estação intimidados por crianças francesas que, viajando sozinhas de trem nas férias, ficavam chamando os guardas da estação de cocu (corno, marido enganado, em francês). 
    Jean Ferrat, para homenagear, ou talvez proteger essas vítimas de crianças tão zombeteiras, criou essa bela música. Laissons glouglouter les égouts! Plaignez pas l'imbécile heureux. Le chef de gare est amoureux.



Le chef de gare est amoureux
Jean Ferrat

Quand il sort le matin d'la gareChacun sourit chacun se marreQuand il passe au milieu d'la rueChacun murmure il est cocu !Chacun chantonne il a des cornesSa connerie n'a pas de bornesChacun le croit dur de la feuilleChacun se met le doigt dans l'œil !Plaignez pas l'imbécile heureuxLe chef de gare est amoureux!Chacun raconte à sa manièreLes safaris de sa panthèreElle a la cuisse hospitalièreOui mais quand même elle exagèreTout le monde est passé dessusA part les trains bien entenduChacun décrit chacun relateSa façon de lever la patte !Plaignez pas l'imbécile heureuxLe chef de gare est amoureux!Chacun siffle la chansonnetteQuand on aperçoit sa casquetteIl est un peu bas-du-plafondIl a rien dans son pantalon !Cocu content laissons les direC'est la bêtise qui transpireEt de la bêtise il s'en foutLaissons glouglouter les égouts !Plaignez pas l'imbécile heureuxLe chef de gare est amoureux !Il n'a qu'une idée dans la têteLe train de neuf heur' cinquant'-septCar tout son bonheur en descendC'est une fille de seize ansElle est charmante elle est discrèteEt c'est dans un wagon-couchetteQue tous les soirs les deux amantsSe font un p'tit appartement !Plaignez pas l'imbécile heureuxLe chef de gare est amoureux!

terça-feira, 19 de março de 2013

Francofonia Musical

      Está acontecendo, essa semana na cidade de São Paulo, a Festa Internacional da Francofonia. O festival inclui várias programações culturais, como música, teatro, ateliês, cinema, exposições e debates.
      A partir de hoje, dia 19, até dia 22 de março, acontecem diariamente shows de música francesa em diversos locais de São Paulo. Vejam a programação no link      http://www.aliancafrancesa.com.br/francofonia2013/musica.htm
Abraço a todos, Ziyad

segunda-feira, 18 de março de 2013

Allégresse no Otto Bistrot parte II


          Nesse último sábado, fui assistir ao tão esperado show no Otto Bistrot. O restaurante é muito acolhedor, situado numa casa enfeitada com peças ao estilo vintage, comandado por uma família. Não espere encontrar um catálogo com o cardápio. Ele está todo escrito na parede. Sentiu um clima europeu?
          Conheci o show Allégresse e sua intérprete Tatiana Pereira. Sentei-me colado com a dupla que, ao longo da noite, nos fez sentir num pequeno cabaret do Quartier Latin, interpretando Piaf, Aznavour, uma nova versão de Voyage,Voyage (Desireless), composições da própria Tatiana, Zaz, Joe Dassin, e a canção "Águas de Março", de Tom Jobim, na versão francesa de Georges Moustaki. 
          Embalado pela voz e violão da dupla, acomodado numa mesa grudado com esse trio (sim, a Tatiana está grávida), eu quase alcancei o que é visceral.